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sexta-feira, 4 de maio de 2012

toques de Capoeira

 Os Toques Tradicionais

 Angola
Considerado o toque mais antigo e tradicional. Usado para o jogo Angola, um desempenho lento, onde os jogadores demonstram equilíbrio e expressão corporal. Usado com o São Bento Pequeno toque. Tempo pode variar de lenta a moderadamente rápida.
As imagens são dadas abaixo para ilustrar a estrutura deste toque comum.
O básico:
 







Algumas variações comuns desempenhados pelo Viola:






























Uma nota sobre a notação:





= Nota com a cabaça longe do estômago:nota solta (linha baixa) e nota presa (linha alta). 




 = Nota muda (cabaça abafada contra o corpo).




= Nota chiada (nota com o dobrão levemente encostado no arame).



  Duplos e individuais colcheias. Uma nota oito é 1/2 a batida.



= Meia nota (ou meio chiado) a nota solta é abafada pelo chiado




 = Um resto semínima (1 tempo)


= Um resto colcheia (1/2 uma batida)


                        = Mostra o pulso básico abaixo da barra de comparação. Quatro caixas = 1 batida







São Bento Pequeno

Também conhecida como São Bento Pequeno ou Angola invertida (porque substitui a nota alta do toque Angola com o baixo e vice-versa). Um jogo, perto rápido. São Bento Pequeno às vezes também é jogado como um contra-toque (uma inversão do gunga) pelo berimbau medio.
 









 São Bento Grande
Este é um jogo muito rápido jogado com movimentos amplos. O toque é idêntico ao São Bento Pequeno, exceto que a pausa nota 1/4 é substituída por uma nota solto adicional (isto é, a nota aberta atingido abaixo do nível da moeda) eo ritmo é mais rápido.











 Santa Maria
O toque é usado para o jogo onde os jogadores tentam pegar uma bolsa de moedas colocada no centro da roda com a boca, a melodia imita o corrido Santa Maria, Mãe de Deus. Conhecido também como Apanha Laranja no Chão Tico Tico, a regra geral para o jogo: use a boca e os pés, e não suas mãos.












Cavalaria
Originalmente usado para alertar os jogadores que a polícia estava vindo, o toque imita o galope dos cavalos (e alguns dizem que soa como uma sirene de polícia).














 Samba de Roda
Esse ritmo vem do tradicionais Sambas de Roda da Bahia e é talvez o mais antigo dos toques listados. É usado como uma variação toque para o berimbau viola, bem como para uma festa pós-roda.











São Bento Grande de Bimba
Muitas vezes chamado de São Bento Grande de Regional ou simplesmente Regional. Jogo de Mestre Bimba, rápido explosivo visto muitas vezes em exposições.














Iúna
 É usado apenas para o jogo dos mestres. Neste toque, aluno é plateia, não joga nem bate palmas, jogam apenas os mestres e contra-mestres e algum instrutor, professor ou aluno graduado se, por ventura, seu mestre autorizar e lhe ceder a vez de jogar. No toque de Iúna não há canto. Alguns dizem que esse toque é a imitação do canto do pássaro Iúna.




























BENGUELA

É o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta.


















IDALINA

É um toque lento, mas de batida forte, que também é usado para o jogo de faca ou facão





















AMAZONAS

É o toque festivo, usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.

















terça-feira, 1 de maio de 2012

Vantagens da Capoeira


O diálogo corporal, a improvisação, a inteligência do corpo, a necessidade de agir, o equilíbrio, assim como as noções de espaço, tempo, ritmo, música, e compreensão da filosofia de jogo, são princípios fundamentais ensinados dentro da capoeira.
Para o corpo, é perfeito! Os movimentos da capoeira mexem com todos os músculos, desdenvolvendo uma série de qualidades físicas. Se você entrar na roda, em pouco tempo vai sentir uma grande mudança : menos tensão, reflexos mais rápidos e ainda vai ganhar força.
 Com um pouco de persistência, o seu fôlego vai ficar ôtimo, porque a pratica constante (pelo menos 3 vezes por semana) desenvolve o sistema cardiorespiratório. E, o melhor você trabalha os músculos abdominais, já que os músculos desta região são muito solicitados.

Abaixo mais detalhes :

* Resistência : É preciso manter o pique durante toda a luta.
* Agilidade : Os movimentos mudam de direção e sentindo a toda hora.
* Flexibilidade : Na capoeira dominam os gestos amplos.
* Velocidade : Para surpreender o adversário sempre que possível.
* Equilíbrio : É preciso manter o dominio do corpo em algumas posições mais complicadas.
* Coordenação : É preciso responder aos golpes com os braços, tronco e pernas ao mesmo tempo.
* Ritmo : Os movimentos do corpo acompanham a música.

Mas não é só o corpo que leva vantagens. O lado emocional também ganha muito com a capoeira, principalmente porque ela ajuda a liberar a agressividade, ainda que o esporte não estimule a violência. Além disso, é um meio excepcional de desenvolver a criatividade e o auto-contrôle.

Você ganha também :

* Atenção : É preciso estar ligado o tempo todo nos movimentos da roda.
* Persistência : Os golpes só ficam perfeitos depois de muitas tentativas.
* Coragem : Aos poucos, desaparece o medo de fazer certos movimentos.
* Astúcia : Você cria situações inesperadas para o adversário.

Curiosidades :

* Calorias gastas por hora – aproximadamente 500
* Exercicios que ajudam – alongamento, para melhorar a flexibilidade.
* Quem não pode praticar – pessoas com problemas de coluna só devem praticar com autorização e acompanhamento médico.

Capoeira é melhor! Nenhum esporte assemelha a capoeira! Avalie aqui em que a capoeira é melhor. A nota 05 é a pontuação máxima.

Confecção de berimbau



Materiais Utilizados:
• 1 Biriba crua, Pau Pereiro ou Candeias (verga)
• 1 Cabaça (a seu critério)
• 1 Bambu com 40 cm de comprimento (baqueta)
• 1,80m de Arame (pneu de carro)
• 1 Xexo (pedra ou dobrão)
• 70 cm de Rami
• 1 pedaço de couro de sapato (diâmetro: o mesmo que uma tampa de garrafa)

Ferramentas utilizadas:
• Martelo
• Alicate
• Serrote
• Estilete
• Prego
• Lixa 100
• Serra pequena (do tamanho de uma faca de cozinha)

Primeiro passo:
Descascar a verga com um estilete, ou se preferir, use uma lixadeira.

Segundo passo:
Fazer o “pezinho” para encaixar o arame.

Terceiro passo:
Colocar o couro de sapato na parte superior do berimbau, pregando-o com um prego de 2,50 cm.

Quarto passo:
Tirar o arame do pneu e cortá-lo no tamanho de 1,70m. Depois, fazer o laço nas duas extremidades do arame. Por fim, amarre o Rami no laço menor do arame.

Quinto passo:
Para dar o acabamento final, lixe a verga com lixa 100 e envernize.

Sexto passo:
A escolha do tipo da cabaça (Gunga, Médio ou Viola), ficará a seu critério. Escolhida a cabaça, abra-a com uma serra “tico-tico” ou semelhante. O diâmetro do corte também fica ao seu critério. Importante: sempre faça um corte de diâmetro pequeno, assim você não corre o risco de fazer um corte muito grande e estragar a cabaça.

Sétimo passo:
A distância entre os furos na parte superior da cabaça é medida com o polegar.

Oitavo passo:
Coloque o Rami em um furo, começando de fora para dentro; retorne a ponta de dentro para fora e dê um nó cego nas duas pontas.

Nono passo:
Dê o acabamento com um verniz ao seu gosto.

Fabricação de intrumentos



Confecção de Caxixi
Materiais Utilizados:
Junco ou cipó
1 cabaça
Sementes (Olho-de-cabra, Lágrima de Nossa Senhora ou Pau-brasil)
Verniz para o acabamento

Ferramentas utilizadas:
Chave de fenda fina para furar a cabaça
Serra pequena (do tamanho de uma faca de cozinha)
Tesoura
Trincha

Primeiro passo:
Corte a cabaça no diâmetro que quiser (normalmente, o diâmetro é igual ao fundo de uma garrafa de cerveja)

Segundo passo:
Fure a cabaça com furos ímpares (na quantidade de 7, 9, 11 ou 13)

Terceiro passo:
Corte o junco para fazer o esqueleto (no caso de 9 furos, use 5 pedaços com dois palmos de comprimento)

Quarto passo:
Transpasse cada pedaço de forma que, o mesmo pedaço ocupe dois furos.

 Quinto passo:
Encostando o junco na parte da cabaça, trance-o de forma que o junco passe uma vez por cima e outra por baixo, simultaneamente, até que chegue ao tamanho desejado.

Sexto passo:
Antes de fazer a alça, fechando o caxixi, coloque a quantidade desejada de sementes.

Sétimo passo:
Faça o acabamento da alça, enrolando um pedaço de junco à parte, até que cubra toda a alça. Envernize de acordo com o seu gosto.

domingo, 29 de abril de 2012

ACADEMIA DE MESTRE BIMBA


- Escrito por Angelo Augusto Decanio Filho
O componente ético dos ensinamento do Mestre Bimba na sua "academia" estava implícito na sua pedagogia, exemplificado pelo seu comportamento e posteriormente, na década de 50, por mim explicitado à guisa de "regulamento", divulgado em quadro na parede oposta a entrada do salão.

Havia naquela época uma multiplicidade de conduta consoante os universos freqüentados pelos praticantes da regional: a) conduta dentro da academia e interpares; b) relacionamento com os grupamentos de capoeira não vinculados à "regional"; e finalmente, c) comportamento em contexto social sem conexão com a capoeira, especialmente com a regional.
Não podemos estudar a ética do Mestre Bimba e dos seus primeiros seguidores, por ser esta um conjunto de regras de conduta num determinado momento histórico e pertinente a um universo específico.

Assim teremos que considerar:

Ø A ruptura do mundo da capoeira provocada pela eclosão da luta regional baiana, gerada com a pretensão inicial de ampliar a eficiência do jogo da capoeira em voga na época e portanto, com a necessidade de afirmação desta maior eficiência presumida ante os praticantes do jogo primevo; a introdução da capoeira - u'a manifestação cultural africana, legalmente proscrita e socialmente discriminada ou seja, duma manifestação dum segmento social dominado, procedente duma categoria escravizada - diretamente no seio daqueles que se outorgavam o título de senhores da terra e portanto, num ambiente social hostil (classe dominante de raízes européias);


Ø Uma relativa discriminação entre os participantes de grupos diferenciados pela presença do trabalho de Bimba, i.e., os mestres da velha ordem (jogo de capoeira) e os representantes da nova ordem proposta pelo Bimba;

Ø A natural pergunta - Por que Bimba e não eu?- implícita nas palavras e no comportamento dos mestres excluídos da preferência dos recém-chegados ao universo da capoeira, do acesso à fonte de prestígio social e da nova e promissora fonte de renda. Interrogação que necessariamente conduzia ao ciúme, à inveja e ao despeito, com todas suas conseqüências malignas;

Ø A necessidade política de manobras entre os obstáculo legais para alcançar a liberdade de prática e entre as malhas do preconceitos para granjear a simpatia dos mentores da juventude, donde proviam os novos alunos;

Ø Os temperamentos e níveis culturais de Bimba e dos seus primeiros alunos, componente do amálgama da "regional", fruto da miscigenação de componentes culturais africanos a indígenas brasileiros e eurobrasilianos, que sem dúvida influenciaram as diretrizes técnicas e comportamentais da nova face da "brincadeira de pretos".


RELAÇÃO ENTRE MESTRE E ALUNOS


A figura carismática de Bimba se apresentava entre nós como a projeção da autoridade patriarcal e magistral, impondo respeito irrestrito e a imitação do seu comportamento viril, sem titubeios, nem dúvidas. Sua palavra era a lei e a verdade. A nossa verdade e paradigma a ser acompanhada durante toda uma vida, gravada na alma e no coração ao fogo e ferro duma veneração ilimitada, persistindo no meu caso há mais de 60 anos!


RELAÇÃO INTERPARES

A relação entre os componentes da nossa academia seguia o modelo ético e a etiqueta africana.
Cumpre acentuar que, sem o conhecimento destes padrões comportamentais africanos não se pode compreender o sentido de suas regras e suas conotações éticas.
Impõem-se como fundamentais o estudo e conhecimento da cosmogonia, da cosmogenia, da filosofia e da lógica africanas, bem como do escravismo como fator econômico no ciclo de conquistas e dominação do mundo pela cultura européia.
A capoeira moderna vem afastando de suas raízes africanas pela europeização dos seus cantos, musicas, ritmos, rituais e técnicas.
Impõe-se assim o retornos à fonte original para coletar os fundamentos mais límpidos dos componentes culturais.
Única maneira de obter os conhecimentos indispensáveis à elaboração do código de ética, contra-balançando a contaminação pela violência decorrente do colonialismo europeizante e da pretensa superioridade cultura dominante.
O respeito ao "mais velho", fonte de aprendizado pelos "papos" e demonstrações práticas, detentor de conhecimentos e habilidades desconhecidas pelo "mais novo", era imposto pela tradição e pelo reconhecimento tácito da superioridade.
O respeito pelo companheiro era imposto, pelo desconhecimento da sua capacidade atual e pela regras...


"Confiar sempre no parceiro...
Desconfiando do que ele possa fazer!"

"O parceiro é como o espelho, reflete a sua conduta...
Não bata, para não apanhar!"

"Quem bate sempre esquece...
Quem apanha sempre se lembra e espera...
Um dia vai desforra!"


RELAÇÃO COM CAPOEIRISTAS DOUTROS GRUPOS

A convicção profundamente enraizada da superioridade técnicas da regional sobre o jogo de capoeira tradicional , aliada ao ânimo belicoso dos alunos, a necessidade de auto-afirmação, a pretensa superioridade cultural da classe dominante ( donde provinham os "acadêmicos"), a humildade dos praticantes do jogo tradicional e o receio das conseqüências legais do enfrentamento individual do popular com o dominante, perturbavam sobremodo as relações amistosas entre o "clássico" ( a capoeira tradicional ou popular) e o "moderno" (a "luta" regional do Mestre Bimba) acarretando o óbvio: um agastamento de ambas as partes.
Acentuavam a divergência e insuflavam o enfrentamento , a diferença de ritual e o andamento dos toques, desde que no estilo de Bimba era permitido e recomendado, o uso dos membros superiores no floreio e no ataque, enquanto o ijexá era acelerado em decorrência das características pessoais do nosso Mestre e dos seus seguidores, belicosos e apressados.
Ressalvando-se o comportamento daqueles provenientes das classes populares, entre os quais eu me incluía, que se harmonizavam com seus colegas mais humildes, mantendo um relacionamento mais amistosos com os capoeiristas tradicionais.

RELAÇÃO COM OUTROS MESTRES

O endeusamento da figura de Bimba pelos seus alunos fatalmente conduziu, sem nenhum propósito maldoso, à diminuição do valor dos antigos mestres ante à majestade atribuída ao nosso Mestre, sendo reservado aos mesmos o papel secundário de figuras representativas dum estádio primário na evolução de nossa arte, respeitáveis ancestrais de valor histórico, porém ultrapassados.
A maioria dos acadêmicos entretanto guardando o respeito e a consideração recomendada pela etiqueta da classe dominante no trato com as pessoais, independentemente da categoria social.
Alguns, entre os me incluía, conservando a admiração pelo beleza dos seus toques e cantos; alegria, disciplina, cavalheirismo e lhaneza das rodas, e extraordinárias habilidades no jogo de dentro, no jogo baixo, elegância e gentileza dos seus movimentos, paradigmas coreográficos.


RELACIONAMENTO NO CONTEXTO SOCIAL

O preconceito da classe dominante contra as manifestações culturais áfrico-brasileiras e a sua proscrição legal, conduziu os primeiros alunos do Mestre a um proselitismo somente comparável àquele dos discípulos de Jesus, sempre apregoando a superioridade dos ensinamentos e da conduta do Mestre!
Em casa, na escola, na rua, nas festas, nos cinemas, nos bares e restaurantes, nas aglomerações de qualquer natureza os alunos exibiam sua qualificação, a nobreza de ser "ALUNO DO MESTRE"!
Cada palestra uma oportunidade para cativar um seguidor potencial!
Cada instante um momento para exibir a excelência da prática da capoeira como defesa pessoal, preparo físico e coreografia!
Cada desencontro um chance para demonstrar a eficiência duma rasteira, tão
característica da capoeira como a pele negra dos africanos e seus descendentes!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Corridos, Quadra, Chula e Ladainha: a música da Capoeira

A música na Capoeira pode ser classificada de 4 formas diferentes:

Corrido: como o próprio nome já sugere, o corrido é uma cantiga que "acelera" o ritmo e que se caracteriza pela junção do verso do cantador com as frases do refrão repetido pelo coro total ou parcialmente, dependendo do tempo que o cantador dá entre os versos que canta.Ex:
           Cantador: "Iê, é hora, é hora"
           Coro: "Iê, é hora, é hora camará"
O cantador faz versos curtos e simples que são à toda hora repetidos e o conjunto deles é usado como refrão pelo coro. O texto cantado pode ser retirado de uma quadra, de uma ladainha ou de uma chula ou ainda de cenas da vida cotidiana, de um passado histórico ou simplesmente da imaginação do cantador. Geralmente, o corrido é cantado nos toques de São Bento Grande, Cavalaria, Amazonas, São Bento Pequeno, sempre em toques mais acelerados. No corrido, o cantador não tem a preocupação de contar nenhuma história, as frases são ditas aleatoriamente.

Quadra: é uma estrofe curta de apenas quatro versos simples, cujo conteúdo pode variar de acordo com a criatividade do compositor que pode fazer brincadeiras com sotaque ou comportamento de algum companheiro de jogo, pode fazer advertências, falar de lendas, fatos da capoeira ou figuras importantes da capoeira. Normalmente as quadras terminam com uma chamada ao coro que pode ser: camaradinha, camará, volta ao mundo, aruandê..... dentre muitas. Ex:
           "No tempo que eu tinha dinheiro,
                  eu vivia com Iaiá.
            Mas agora o dinheiro acabou,
                   Iaiá me deixou"

Chula: é uma cantiga curta, normalmente feita de improviso que faz apresentação ou identificação. É entoada pelo cantador para fazer a abertura de sua composição. Normalmente faz uma louvação aos seus mestres às suas origens, pode ainda fazer cultos a fatos históricos, lendas ou algo que diga respeito à roda de capoeira. É comum aos cantadores da roda usarem a chula como introdução para os corridos e ladainhas e, durante a mesma é sugerido um refrão para o coro cantar. Ex:
           "Luta que era o maculelê,
          Virou dança para não morrer
            Capoeira, Cruzeiro, Cerrado,
          Roda aberta pra quem quer jogar
       O meu mestre quer ver você balançar"

Ladainha: É um ritmo lento, sofrido, dolente, é como uma reza, uma oração muito parecida com as que são feitas na igreja em louvor ao terço. O conteúdo de uma ladainha corresponde a uma oração longa e desdobrada  pelo cantador em versos entremeados pelo refrão repetido pelo coro. As ladainhas,são cantadas antes do jogo. Os participantes da roda devem ficar atentos ao cantador, pois na ladainha pode ser feito um desafio e, quando for dada a senha para o inicio do jogo qualquer um pode ser chamado neste desafio. Na ladainha sempre conta-se uma história, geralmente sem a resposta do coro, que participa apenas no momento que o cantador acaba a história e entre no canto de entrada dizendo "Iê vamos simbora/Iê é hora é hora" e assim por diante, até chegar na expressão "dá volta ao mundo".

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Orquestra

Os intrumentos usados atualmente na capoeira, embora de origem africana, não estavam associados a esta arte, antes da sua chegada no brasil. A orquestra trabicional da capoeira é composta por 3 berimbaus de diferentes tonalidades, 2 pandeiros, 1 agogô, 1 reco-reco e 1 atabaque. A orquestra fica posicionada de um lado da roda de capoeira, com todos os musicos arrumados em linha.
Os 3 berimbaus estão afinados para diferentes tons.
O berimbau Gunga, com a cabaça larga e som grave, define e segura o ritmo do jogo, marcando o lugar onde vão entrar os outros intrumentos.
O berimbau Médio, com a cabaça mediana e som intermediário, tambem ajuda a manter o ritmo.
O berimbau Viola, é o último a entrar, com a cabaça menor e tons mais agudos, improvisa ornamentações e variações do ritmo básico.
Os demais intrumentos entram para servir aos berimbaus com a batida e o chacoalhar do pandeiro, com o som insistente do agogô e reco-reco preenchendo os espaços vazios, e o atabaque assemelhando-se o gunga, bem ao fundo marcando o ritmo.
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domingo, 4 de dezembro de 2011

Graduação do Grupo

Cada Grupo tem o seu sistema de graduação, em relação a cores e corda-cordel, a graduação do nosso Grupo consiste de treze cordéis, dos quais são:

1º   cordel: crú (iniciante)
2º   cordel: verde (aluno)
3º   cordel: verde e amarelo (aluno)
4º   cordel: amarelo (aluno)
5º   cordel: verde e azul (monitor)
6º   cordel: amarelo e azul (instrutor)
7º   cordel: azul (professor)
8º   cordel: verde, amarelo e azul (contra-mestre estagiário)
9º   cordel: verde, amarelo, azul e branco (contra-mestre)
10º cordel: verde e branco (1º mestria)
11º cordel: amarelo e branco (2º mestria)
12º cordel: azul e branco (3º mestria)
13º cordel: branco (mestre)

Batizado e Troca de Graduações

   Nos tempo modernos, os capoeiras são graduados de acordo com seus conhecimentos e o tempo de pratica.Cada graduação representa uma cor na corda que é amarrada na calça do capoeira.Os alunos entram para a aula de capoeira e na sequência iniciam os treinamentos.Nesse período são chamados de iniciantes, pois ainda não foram batizados.
   O Batizado de Capoeira representa o momento em que os indivíduos recebem a sua primeira graduação pelo grupo.O dia do Batizado é um dia de grande importância para o capoeira, posto que, neste dia realiza-se uma festa em que os novos capoeiras são apresentados a comunidade capoerística, jogam com graduados, monitores, instrutores, professores, contra-mestres e mestres e desfrutam da oportunidade de conhecerem capoeiras mais antigos e movimentos novos.

1º Seminário de Capoeira-Litoral Norte e 3º Batizado de Capoeira


Este evento, organizado pela Associação Cultural Una Ganga de Capoeira (profº Baiacu) e com o apoio da Federação Riograndense de Capoeira, contou com a participação dos Mestres: King/RJ, Gororóba/RS, Sergipe/PR, Gavião/RS, Gato Preto/RS, Karcara/RS, professores: Cabeça/RS, Tubarão/RS e Contra-Mestres: Jacó/RS e Ninja(Nova Geração Capoeira).
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sábado, 29 de outubro de 2011

Principais Características da Capoeira

       A capoeira é uma luta em que os executantes se valem dos pés, das mãos e da cabeça para bater ou derrubá-los. Baseia-se na utilização do peso do corpo num sistema de alavancas com as pernas e braços. À semelhança das lutas japonesas, a destreza e agilidade importam mais que a força muscular. É uma luta essencialmente agressiva: o capoeira se defende atacando. A sua principal vantagem, com relação às outras lutas, é de haver possibilidades de o praticante poder se defender de vários atacantes ao mesmo tempo.
       Como o judô que é a luta por aproximação, como o boxe que se restringe ao comprimento do braço, a capoeira também tem sua limitação: só é eficiente no combate à distância.
       Em nossa opinião, um lutador ideal seria aquele que lutasse judô, boxe e capoeira pois assim disporia de elementos de ataque e defesa para qualquer situação.
      Na capoeira há pequeno número de movimentos parecendo a uma observação ligeira, ter menos recursos que o judô. A verdade é que são lutas de princípios diferentes, ter as centenas de variações de um combate de chão. O mesmo acontece no Karatê e o Savate.
     Não há propriamente uma só capoeira mas sim variações sobre os movimentos básicos. Na Bahia cada mestre ensina a sua maneira. Há modalidades, como a angola e a regional.
       A chave do aprendizado da capoeira está na prática intensiva e não no conhecimento dos movimentos. Estes, como já sabemos, são em reduzido número. Os reflexos da luta só se adquirem depois de prolongados treinamentos.
        Os primeiros dias de aprendizagem são os piores devido a solicitação de músculos que raramente funcionam. Mesmo os indivíduos ginasticados encontram dificuldade em vencer a fase inicial. O pretendente lutador de capoeira terá que acostumar progressiva e vagarosamente o corpo aos movimentos da luta.
         O ensino da capoeiragem se faz sempre sobre o chão duro e usando calça, camisa e tênis. Isto porque os mestres preconizam a necessidade de o aluno não adquirir reflexos de acomodação sobre tatames, luvas, quimonos e outros meios artificiais. O iniciante precisa sentir as dificuldades que encontrará na luta de rua, para isso aprende a não depender de apoios, de roupa folgada e de lugar macio para as quedas.
         Um instrumento de percussão, o berimbau,  é usado para auxiliar a aprendizagem da ginga. Geralmente o jogo da capoeira é feito acompanhado por três berimbaus (gungá, médio e viola), pandeiros e atabaque.

                                                     
                                                                                                                           Lamartine P. da Costa